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Sobre as TIC na Educação e também sobre Literatura, especialmente Infantil e Juvenil... e mais...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2005

As TIC e a Escola

“O computador provocou mudanças em várias áreas da vida humana, mas as mudanças na Escola não se devem às tecnologias” é com estas palavras que Seymour Papert começa o capítulo “A Escola” do seu livro intitulado “Família em Rede”.
Apesar de o livro datar de 1996 e já terem passado dez anos após as suas primeiras edições, as palavras supracitadas continuam a fazer sentido. Provavelmente, não o mesmo sentido que fariam há uma década a traz, mas continuam válidas.
Nos últimos 20 anos, Portugal empenhou-se no uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na educação, através de várias iniciativas. A primeira foi o Projecto Minerva que iniciou–se 1985 e acabou em 1994.
“ Entre 1990 e 1993 o IVA (Informática para a Vida Activa) distribuiu computadores em Escolas Secundárias e visando os formadores (...) na mesma altura com o Programa FORJA (Fornecimento de Equipamento, Suportes Lógicos e Acções de formação de Professores) ( Revista, Educare)”.
Apesar desta distribuição de computadores e de Acções de Formação, há dez anos ou doze atrás, a verdade é que ainda há muito a fazer: muitos computadores a instalar nas escolas e muitas acções para professores a realizar.
“ A inclusão dos computadores na escola é benéfica e justifica-se, pois trata-se de uma ferramenta que poderá ajudar professores e alunos (Jornal, O Docente)”. Será necessário incluir mais computadores nas escolas, pois estes ainda são poucos para tantos alunos. “Em 2000 e 2001 passou-se de um computador por 53 alunos para um computador por 26 alunos. Em 2003, um computador por 20 alunos. E, em 2006 um computador para 10 alunos (Revista, Educare)”. Será? Vamos ver se assim vai ser!
Com as escolas apetrechadas de computadores e ligadas à Internet é necessário dar-lhe uso. É preciso utilizar as TIC. A Escola tem um papel primordial nesta utilização, ou antes dizendo nesta aprendizagem das TIC e com as TIC. “ A Escola deve ser uma agência de formação e educação que age com outras agências de formação (Revista, O Docente)” para desenvolver outras competências com os alunos. Para que tal aconteça é “importante valorizar a aprendizagem formal e informal (Papert)”.
Cabe à escola a partilha de conhecimento, agindo num ambiente de aprendizagem novo, colaborativo, reflexivo, contextualizado, complexo, intencional e activo.
Nesta sociedade da informação, comunicação e conhecimento devemos interagir, partilhar, informar, aprender, reaprender ao longo da vida “aprender a aprender”.
A Escola deve ser a porta para esta sociedade de informação proporcionando aos alunos a utilização das TIC e a sua respectiva aprendizagem.
Muitos professores sentem-se “ameaçadas” pelo computador, mas “as tecnologias nunca irão substituir o professor (Jornal, O Docente)”. No entanto, podem ajudá-lo na sua actividade, nas tarefas que propõem aos alunos “uma vez que os alunos têm acesso à informação quando quiserem e ao seu ritmo”. Cabe ao professor incutir aos alunos sentido crítico para que estes” saibam construir as suas próprias chaves para resolverem problemas”, ou seja, orientá-los na busca/pesquisa da informação.
Utilizar o computador para aprender não é apenas navegar “à deriva” na Internet em busca de ideias e de informações (Papert).
O professor deve saber utilizar e dar uso às TIC para que os alunos também o façam. É preciso motivar os professores para a utilização das TIC, pois encher as escolas de computadores sem antes formar professores é uma contradição “uma pescadinha de rabo na boca”.
“Pôr os professores aprender coisas novas (Papert)” para não terem medo que a nova geração saiba mais sobre as TIC. “Por isso, os professores devem saber avaliar os materiais, preferencialmente, deveriam ser capazes de produzir os seus próprios materiais multimédia. Estas tecnologias cativam os alunos, mesmo os que ainda não sabem ler, sobretudo quando vêem os seus trabalhos impressos (Jornal, O Docente)”.
“A mudança em educação precisa da adesão dos seus profissionais, especialmente dos professores. É necessário desenvolver algum trabalho cuidadosamente planeado e executado na formação de professores, tanto no sector da formação inicial, como no sector da formação contínua. O papel das Universidades e Escolas superiores de Educação será fundamental, mas penso ser necessário salientar esta ideia muito fortemente, também as associações profissionais e os centros de formação de professores deverão ser envolvidos (Osório)”.
“ A formação contínua é uma óptima oportunidade para cada um de nós redimensionar as suas práticas pedagógicas, devido ao confronto directo com outras práticas e com outros modelos de aprendizagem (Patrão)”.
O professor deve estar ciente da sua actividade docente, isto é, deve estar aberto a novos desafios, projectos, objectivos, a novas metas, a novos saberes, a novas ideias, ou seja, abrir-se para o mundo dos conhecimentos e aprendizagens. Não se deve achar detentor do saber e mero transmissor desse saber. Todos os professores deverão ser agentes de mudança, devendo adaptar-se a novos perfis e a novas práticas para que deste modo possam “ajudar” os alunos na suas aprendizagens. Muitos pedagogos atribuem o insucesso dos alunos às próprias instituições.
“ A formação em novas tecnologias deve ter um lugar privilegiado para despoletar essa abertura crítica e outras práticas pedagógicas (...) os professores que delas beneficiam mostram uma atitude positiva em relação à problemática da introdução do computador na Escola, mas reconhecem que não estão preparados para proceder a essa prática inovadora (Patrão)”.
Com a utilização do computador o professor vê-se obrigado a diversificar as suas actividades e não se pode limitar apenas à transmissão do saber (...) para uma escola diferente é preciso muita imaginação. Para tal são necessárias acções de formação para a “expansão” do uso do computador.
As TIC proporcionando a auto-aprendizagem em várias áreas, como por exemplo, na aprendizagem de Línguas Estrangeiras. No entanto, “ o professor será sempre o elo fundamental nos processos de ensino-aprendizagem desta área (Línguas) e de outras, não podendo ser substituído pelas tecnologias.
“ É preciso assegurar que todos os cidadãos possam beneficiar do acesso às novas tecnologias, num mundo onde as cadeias de informação electrónica dão cada vez maior ênfase à cooperação transnacional e trans-sectorial (Patrão)”.
Em suma, é importante que os professores adquiram as competências essenciais para avançar nas TIC, e assim, promover uma melhor ensino-aprendizagem.

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